Re-encontro.

Um ano e nove meses depois volto a base! 

Aconteceram muitas coisas, boas e más passaram por mim enumeras experiências ao longo de todo este tempo. Volto em paz, um pouco mais madura e com muitas certezas doutrora esquecidas.

Encontro-me a estudar na Universidade da Madeira, trabalho na empresa ZARA, (isto de trabalhar e estudar ao mesmo tempo não é tarefa nada fácil), mas como sempre e para sempre tal como todos sabemos a vida é feita de objectivos e quem os quer atingir tem de superar imensas chamo-lhes de "dificuldades" sem elas os objectivos não são superados de alma e coração, falo por mim.

Despeço-me com a certeza que vou voltar, muitos beijos!  **

Remar. Re-Amar. Amar.

''Olha, eu sei que o barco tá furado e sei que você também sabe, mas queria te dizer pra não parar de remar, porque te ver remando me dá vontade de não querer parar também.Tá me entendendo? Eu sei que sim.Eu entro nesse barco, é só me pedir. Nem precisa de jeito certo, só dizer e eu vou. Faz tempo que quero ingressar nessa viagem, mas pra isso preciso saber se você vai também. Porque sozinha, não vou. Não tem como remar sozinha, eu ficaria girando em torno de mim mesma. Mas olha, eu só entro nesse barco se você prometer remar também! Eu abandono tudo, história, passado, cicatrizes. Mudo o visual, deixo o cabelo crescer, começo a comer direito, vou todo dia pra academia. Mas você tem que prometer que vai remar também, com vontade! Eu começo a ler sobre política, futebol, ficção científica. Aprendo a pescar, se precisar. Mas você tem que remar também. Eu desisto fácil, você sabe. E talvez essa viagem não dure mais do que alguns minutos, mas eu entro nesse barco, é só me pedir. Perco o medo de dirigir só pra atravessar o mundo pra te ver todo dia. Mas você tem que me prometer que vai remar junto comigo. Mesmo se esse barco estiver furado eu vou, basta me pedir. Mas a gente tem que afundar junto e descobrir que é possível nadar junto. Eu te ensino a nadar, juro! Mas você tem que me prometer que vai tentar, que vai se esforçar, que vai remar enquanto for preciso, enquanto tiver forças! Você tem que me prometer que essa viagem não vai ser a toa, que vale a pena. Que por você vale a pena. Que por nós vale a pena."

Caio Fernado Abreu

BECAS

Como podes-te crescer tão depressa?
Tenho tantas saudades de quando eras pequenina... Dormias mesmo ao meu lado, porque eras indefesa,e eu, com medo que caísses e que te magoasses, agarrava-te bem, de maneira que ficasses confortável e quentinha..
Muitas vezes, acordava durante a noite, contigo a roer-me as rastas, ou com uma poça xixi em cima da cama, era  horrível, sempre que isso acontecia, ficava irritadissíma e acordava toda a casa, mas, como fazia parte do teu crescimento, não conseguia por-te a dormir na rua, lá fora, passavas frio, e ficarias sozinha, não irias conseguir dormir, eu sei...
Sempre admirei a tua companhia, és o primeiro cão que amo com todas as minhas forças, mas nunca conseguirei explicar o porque.

Estes dias, têm sido extremamente maus  e, é nas horas que mais custam a passar que lembramos as pessoas que mais gostamos, e que não podem estar ali quando mais precisamos, nas pessoas que mais gostam de nós e nós nem sabemos, nas pessoas tão especiais que nos magoaram ... E nas outras, que vão ser sempre nossas. 

Espero que os dias  melhorem, sinto-me desiludida comigo mesma, de não conseguir fazer um dia valer a pena.

Estrada, minha querida estrada, para onde me levas?

Para um Caminho sem fim iluminado pelo sol e pela lua?

Estou cansada de andar, esta estrada não tem rumo..

Ando aqui, noite e dia a procura de um fim, ou de um principio, e não os encontro.

Aqui, nesta estrada negra, não passam caros, não há nenhuma tabuleta a dizer onde estou, nem para onde vou, não há riscos brancos no chão, nem nenhuma luz para iluminar as minhas noites escuras passadas ao relento, não há sinais de vida..

Daqui, só vejo grandes árvores que abanam com o vento, e deixam cair pingas geladas que o sereno deixou, olho para cima e vejo o céu, azul e claro, ou escuro e negro, sem brilho.

Quero sair desta estrada e não consigo.

Já tentei gritar bem alto para que me ouvissem, já tentei andar e correr, mas mesmo assim, não cheguei a um limite.

Quero voar, quero saltar, quero acordar e saber que isto é um sonho, mas acordo sempre na mesma estrada, sozinha e sem saber o que vou fazer.

É uma estrada triste, sem sentido, que faz com que eu perca a vontade de percorrê-la até ao fim. 

One thousand bowls cereals

Muitas tigelas de cereais que haverão de passar por  mim.

Amanha, começa uma nova temporada..

Vou acordar bem cedo, vou vestir as minhas calças mais in, e os meus ténis mais colorful, vou sair de casa com uma bela tigela de cariais no estômago, e um lenço no bolso para aliviar a constipação que, infelizmente, já se prolonga alguns dias.Vou sair de casa um um sorriso, e enfrentar uma nova "missão", que eu espero que corra bem, e que seja bem vinda.

"Para que serve esta carta que te escrevo, e que imagino como uma auto-estrada que 

me conduza até ti? 

Para nada – senão para te amar melhor – falando-te ao ouvido, aqui à distância, sentada no quarto escuro do teu coração, dizendo-te que não faz mal que continues a oscilar entre o

êxtase e o desespero, que não faz mal que ralhes às vezes tanto comigo, não faz mal que tenhamos saudades do tempo em que tínhamos tempo para nos fartarmos uma da outra, que não faz mal que tenhas ciúmes dos meus amigos novos como eu tenho ciúmes dos teus. Esta carta não serve para nada, a não ser para te dizer que tu habitas dentro destas fotografias, como eu morava nelas antes mesmo de as compreender, porque o amor dos amigos entra por todas as moradas, sem pedir licença ao tempo, e dorme em qualquer canto para acudir fora de horas às emergências imperceptíveis. 

Esta carta é um pequeno pedaço da nossa conversa infinita, sem a cerimónia do adeus nem a convenção dos beijos virtuais, porque do dicionário da amizade não consta a palavra despedida."

Inês Poderosa